sábado, 17 de dezembro de 2011

CRÔNICA DE UMA NOITE SONORA





CRÔNICA DE UMA NOITE SONORA
17/12/2011.

Parafraseando Clarice começarei com...

... Quando era criança...

Eu queria ser médica, porque sempre acreditei que profissão era linda, traria conforto e consolo a quem sofre. Um dia me deixei acreditar que não tinha habilidade. Hoje sei que poderia ter sido.

Sou professora e ensino que em toda profissão deve haver prazer, solidariedade, e principalmente RESPEITO AO SUJEITO que interage conosco. O sorriso deve estar estampado em cada rosto. O olhar sereno sem perder a autoridade, jamais autoritarismo. A doçura dos favos de mel em cada palavra, sem perder o foco. O ouvido crítico dos maestros, sem perder a melodia dos anjos.

Eu queria ser juíza. Para de fato reinventar a justiça dos homens para os homens.

Eu queria saber voar, levei o maior tombo da minha vida acreditando em poder ser super-heroína. Cortei a língua ao meio, não sei como hoje falo. Coisas de DEUS.

Hoje eu sou juíza de meus atos; tenho sorriso constante – amo gargalhar; sou médica do meu coração...

Amo a chuva que fertiliza o solo. O vento que acarinha meu ser. O sol que clareia meus passos. Minha vida. Cada amanhecer. A noite escura e silenciosa com ruídos da dança dos astros.

Queria ter conhecido Clarice. Queria ter conhecido Machado. Queria ter vivido na Grécia Antiga.

Amo ser eu.
Divirto-me comigo.

Meus erros? Se os tenho? – claro que sim!

Digamos que caminhar sozinha em plena madrugada é um exercício contra o medo.
Digamos que ficar sozinha em plena multidão é um exercício contra o pânico.

Essa sou eu,
Sem pretensão nenhuma de ser nada além de eu mesma. Nada além dos meus limites. Nada além da minha eterna meninice.  

Texto de Rose Marie Mendes de Lima

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